segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

É Lícito Falar em Línguas sem Interpretação!

Podemos Orar em Línguas no Culto, mesmo sem Interpretação!

Muitos reformados criticam os pentecostais por falarem (adorarem) em línguas no culto, e sem interpretação. Usam um versículo isolado de 1Co14.23 para condenar essa prática.
1Co 14:23 Assim, se toda a igreja se reunir e todos falarem em línguas, e entrarem alguns não instruídos ou descrentes não dirão que vocês estão loucos?

Vamos analisar essa questão mais a fundo.

Argumento 01: É Proibido dirigir o Culto em Línguas
Todo texto fora do contexto vira pretexto.

Esse texto de 1Cor 14.23 está referindo-se:
1) à um momento de adoração (onde todos falam simultaneamente) ou;
2) à direção do culto (onde todos os dirigentes falavam sequencialmente em línguas diante da igreja sem interpretação)?

O contexto mostra claramente que Paulo tinha em mente o segundo caso, afinal nem todos falavam em línguas em Corinto (1Co 12.30), logo não teria como todos falarem simultaneamente.

O que Paulo proibiu foi dirigir o culto em línguas! Isso fica evidente em vários versículos:
- Ele afirma que se ele for até eles e falar apenas em línguas não seria útil (versos 6 e 9);
- Diz que diante da igreja prefere falar palavras compreensíveis (verso 19);
- Fala que um incrédulo se escandalizaria ao entrar num culto e não entender nada que estava sendo dito (verso 23);
- Explica que o culto deve ter várias partes (verso 26);
- E se não houver intérprete a pessoa deve ficar calada diante da igreja e falar em particular (verso 28).

Se o problema fosse apenas que as pessoas estavam falando em línguas num momento de oração pra que Paulo explicaria as partes do culto? Era evidente que estavam negligenciando partes do culto - cada irmão que tomava a palavra apenas falava em línguas e sem interpretação. Isso não edificava a igreja, mas somente quem estava falando!
A posição que defendo acima é a mesma do grande teólogo pentecostal Stanley Horton, cuja obra de Teologia Sistemática foi a principal referência nas Assembléia de Deus por décadas:
Posição do teólogo pentecostal Stanley Horton em sua Teologia Sistemática

Argumento 02: Oração vs Mensagem em Línguas
Muitos cristãos (inclusive pentecostais) não atentam que há variedade de línguas. Há momentos em que apenas estamos orando/adorando a Deus em línguas estranhas e há momentos em que podemos receber uma mensagem em línguas (para edificar alguém).

- Orar em línguas é algo particular: a pessoa fala em mistérios e ninguém entende pois está falando apenas a Deus (1Cor 14.2).
- Mensagem em Línguas é algo para edificar outros: a pessoa fala e alguém entende (1Cor 14.5). A mensagem em línguas pode ser transmitida de duas formas: ou fala-se sobrenaturalmente no idioma da pessoa (Atos 2) ou fala-se em língua angelical e alguém interpreta (1 Cor 14.27-28).

> O Pr Luciano Subirá aborda isso nesse vídeo.

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