quarta-feira, 28 de junho de 2023

Modelo Ideal de Familia

Modelo Ideal de Família: Isso existe?

Recentemente assisti um vídeo onde um pastor afirmava o seguinte:

1 - O homem não é sacerdote e nem líder do lar.
2 - O homem não é provedor do lar.
3 - Não existe submissão feminina no casamento e sim submissão mútua.
4 - Não existe modelo ideal de família.
5 - Defender um modelo de família é moralismo.

Vou comentar e rebater essas afirmações:


AFIRMAÇÃO 1 - "O homem não é sacerdote e nem líder do lar."
A expressão "sacerdote do lar" realmente é um termo que não consta na Bíblia e pode dar um entendimento errado, pois no NT todo cristão é sacerdote (1Pe 2.9).
Contudo, é evidente que o homem deve ser o cabeça (líder) de sua casa (1Co 11.3; Ef 5.22-24), o que inclui a liderança espiritual (1Tim 3:4; Jó 1.4-5).
O termo "sacerdote do lar" é uma forma que muitos pastores encontraram para referir-se à liderança espiritual do marido, já que o homem também é sacerdote.

1Cor 11:3 Quero, porém, que entendam que o cabeça de todo homem é Cristo, e o cabeça da mulher é o homem, e o cabeça de Cristo é Deus.
Ef 5:23 pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador.

O ideal bíblico é que o homem assuma seu papel de líder, inclusive na esfera espiritual da família.
1Tim 3:4 Ele deve governar bem sua própria família, tendo os filhos sujeitos a ele, com toda a dignidade.
1Tim 3:12 O diácono deve ser marido de uma só mulher e governar bem seus filhos e sua própria casa.

Sabemos que há muitos maridos omissos, apáticos, indiferentes, carnais e outros que são arrastados para a igreja pela esposa.
A Bíblia é cheia de exemplos de maridos e pais disfuncionais, mas isso não anula o modelo ideal de família onde o homem lidera sua casa de maneira amorosa e espiritual. Esse modelo ideal é o caminho mais saudável para uma família.

Vemos claramente na Bíblia que cabia ao homem abençoar (espiritualmente) sua casa:
1Cr 16:43 Então todo o povo partiu, cada um para a sua casa, e Davi voltou para casa para abençoar sua família.
Gen 27:34 Quando Esaú ouviu as palavras de seu pai, deu um forte grito e, cheio de amargura, implorou ao pai: "Abençoe também a mim, meu pai!"
Heb 11:20 Pela fé Isaque abençoou Jacó e a Esaú, no tocante às coisas futuras. 
Heb 11:21 Pela fé Jacó, quando estava para morrer, abençoou cada um dos filhos de José, e adorou, inclinado sobre a extremidade do seu bordão.

Também vemos que Deus repreendeu Eli por não corrigir (liderar) com firmeza seus filhos. Foi um pai permissivo. Deus não repreendeu a mãe e sim o pai.
1Sm 2:22 Eli, já bem idoso, ficou sabendo de tudo que seus filhos faziam a todo o Israel e que eles se deitavam com as mulheres que serviam na entrada da Tenda do Encontro.
1Sm 2:23 Por isso lhes perguntou: "Por que vocês fazem estas coisas? De todo o povo ouço a respeito do mal que vocês fazem.
1Sm 2:24 Não, meus filhos; não é bom o que escuto se espalhando entre o povo do Senhor.
1Sm 2:29 Por que vocês zombam de meu sacrifício e de minha oferta que determinei para a minha habitação? Por que você honra seus filhos mais do que a mim, deixando-os engordar com as melhores partes de todas as ofertas feitas pelo meu povo Israel?’

Outro texto que evidencia a liderança espiritual masculina refere-se aos votos:
Num 30:6 "Se ela se casar depois de fazer um voto ou depois de seus lábios proferirem uma promessa precipitada pela qual se obriga a si mesma
Num 30:7 e o seu marido o souber, mas nada lhe disser no dia em que ficar sabendo, então os seus votos ou compromissos a que ela se obrigou serão válidos.
Num 30:8 Mas, se o seu marido a proibir quando o souber, anulará o voto que a obriga ou a promessa precipitada pela qual ela se obrigou, e o Senhor a livrará.

Em todos esses textos fica evidente que o modelo ideal é a liderana masculina na família.

Liderança masculina não tem nada a ver com machismo. 
Um dos efeitos do pecado humano foi usar a liderança para oprimir. Deus alertou sobre isso:
Gen 3:16 À mulher, ele declarou: "(...) Seu desejo será para o seu marido, e ele a dominará".
Desde a queda há homens machistas que estupram, abusam, assediam, agridem, maltratam, ameaçam, mutilam, cerceiam e até matam mulheres. Esse nunca foi o plano de Deus! Posteriormente falaremos sobre o conceito bíblico de liderança.

DIFERENÇAS CULTURAIS E BIOLÓGICAS
Homens e mulheres são diferentes em vários aspectos, mas iguais em dignidade e valor.

Os papéis sociais e marcadores culturais podem variar em cada região. Mas é interessante notar que em todas as sociedades existem formas de identificar e distinguir o universo masculino e o universo feminino.

Já as diferenças biológicas são universais: distinções anatômicas, hormonais (testosterona), ósseas e cerebrais.
- Homens e mulheres processam a informação de modos distintos. 
- Homens e mulheres têm predisposições diferentes.
- Por influencia hormonal meninos tendem a competir; meninas tendem a cooperar;

Na Universidade de Yale, em 1995, um grupo de cientistas chefiado pelos drs. Bennet e Sally Shaywitz testou homens e mulheres. A ressonância magnética confirmou que o homem utiliza principalmente o lado esquerdo para tarefas ligadas à fala, enquanto a mulher usa os dois lados. Essa experiência, junto com inúmeras outras feitas na década de 1990, demonstra que cérebros masculinos e femininos funcionam de modos diferentes.
• A pesquisa mostra também que o lado esquerdo do cérebro das meninas se desenvolve mais depressa que o dos meninos. Por isso, elas falam melhor e mais cedo, conseguem ler antes e aprendem mais rapidamente uma segunda língua. E é por isso também que os consultórios dos fonoaudiólogos estão cheios de meninos.
• Nos meninos, no entanto, o lado direito do cérebro amadurece antes das meninas. Assim, desenvolvem melhor e mais cedo a percepção, a lógica e a orientação espacial. De um modo geral são superiores em matemática, em construções, na montagem de quebra-cabeças e na resolução de problemas.

Quais são as marcas distintivas entre homem e mulher?
Ambos os sexos podem fazer serviços braçais (como agropecuária), lutar em guerras, realizar tarefas domésticas, cuidar de crianças, demonstrar afeto, ter formação acadêmica, etc... mas cada sexo tem "vantagem" em algumas áreas:
- Masculinidade está mais ligada à vigor, força e firmeza.
- Feminilidade está mais ligada à delicadeza, cuidado e sensibilidade.

Por isso o papel típico do homem é conquistar, prover, dar direção, proteger (dar segurança), dar limites.
E o papel típico da mulher é cooperar, cuidar, embelezar, acolher, gerar vínculos afetivos.

Em outras palavras: o homem lidera e a mulher administra.

Devido a esses traços distintivos quase 100% das sociedades (tribos) foram/são patriarcais. Há raríssimos casos de matriarcado na história humana. Também há casos de mulheres guerreiras e casos de homens hipersensíveis ou afeminados, mas acima falamos do que é predominante em cada gênero.

Para corroborar essas diferenças com dados científicos recomendo um livro de um autor evolucionista: Por que Homens Fazem Sexo e Mulheres Fazem Amor?
 

AFIRMAÇÃO 2 - "O homem não é provedor do lar."
Há diversos textos que mostram que o provedor da família, via de regra, é o homem. Isso não significa que a mulher não possa trabalhar fora ou ajudar na renda familiar.

Vejamos o que diz Provérbios 31:
Pro 31:10 Uma esposa exemplar; feliz quem a encontrar! É muito mais valiosa que os rubis.
Pro 31:15 Antes de clarear o dia ela se levanta, prepara comida para todos os de casa, e dá tarefas as suas servas.
Pro 31:16 Ela avalia um campo e o compra; com o que ganha planta uma vinha.
Pro 31:17 Entrega-se com vontade ao seu trabalho; seus braços são fortes e vigorosos.
Pro 31:18 Administra bem o seu comércio lucrativo, e a sua lâmpada fica acesa durante a noite.
Pro 31:21 Não receia a neve por seus familiares, pois todos eles vestem agasalhos.
Pro 31:22 Faz cobertas para a sua cama; veste-se de linho fino e de púrpura.
Pro 31:24 Ela faz vestes de linho e as vende, e fornece cintos aos comerciantes.
Pro 31:26 Fala com sabedoria e ensina com amor.
Pro 31:27 Cuida dos negócios de sua casa e não dá lugar à preguiça.
Pro 31:28 Seus filhos se levantam e a elogiam; seu marido também a elogia, dizendo:
Pro 31:29 "Muitas mulheres são exemplares, mas você a todas supera".

Nesse texto acima a mulher cuida da casa, do marido, dos filhos e ainda ajuda na renda familiar.

A questão é o encargo natural: o papel primordial do marido é liderar e prover (sustentar) e o papel primordial da esposa é cuidar e auxiliar.

Deus mandou o homem cultivar o jardim.
Gen 2:15 O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo.

E criou a mulher como auxiliadora no lar:
Gen 2:18 Então o Senhor Deus declarou: "Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda".

Antes de casar cabe ao homem se tornar independente financeiramente, deixar pai e mãe, para unir-se à mulher.
Gen 2:24 Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne.

Isso é reforçado nesse texto voltado aos homens:
Prv 24:27 Termine primeiro o seu trabalho a céu aberto; deixe pronta a sua lavoura. Depois constitua família.

Sabemos que na prática há famílias onde a renda da mulher é maior, há mãe solteiras que sustentam a casa, etc. Novamente vale lembrar que as situações do cotidiano não anulam o modelo ideal. Uma mulher que ganha mais que o marido não anula o papel do marido de trabalhar e prover (mesmo que ganhe menos).

Cabe ao homem trabalhar e prover:
2Tes 3:6 Irmãos, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo nós lhes ordenamos que se afastem de todo irmão que vive ociosamente e não conforme a tradição que receberam de nós.
2Tes 3:7 Pois vocês mesmos sabem como devem seguir o nosso exemplo, porque não vivemos ociosamente quando estivemos entre vocês,
2Tes 3:8 nem comemos coisa alguma à custa de ninguém. Pelo contrário, trabalhamos arduamente e com fadiga, dia e noite, para não sermos pesados a nenhum de vocês,
2Tes 3:9 não por que não tivéssemos tal direito, mas para que nos tornássemos um modelo para ser imitado por vocês.
2Tes 3:10 Quando ainda estávamos com vocês, nós lhes ordenamos isto: se alguém não quiser trabalhar, também não coma.
2Tes 3:11 Pois ouvimos que alguns de vocês estão ociosos; não trabalham, mas andam se intrometendo na vida alheia.
2Tes 3:12 A tais pessoas ordenamos e exortamos no Senhor Jesus Cristo que trabalhem tranqüilamente e comam o seu próprio pão.

1Tim 5:8 Se alguém não cuida de seus parentes, e especialmente dos de sua própria família, negou a fé e é pior que um descrente.

E Paulo reforça o papel da mulher de cuidar da casa:
Tit 2:4 para que ensinem as mulheres novas a serem prudentes, a amarem seus maridos, a amarem seus filhos,
Tit 2:5 a serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seu marido, a fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada.

Outro ponto interessante é que após a queda Deus declara ao homem algo ligado ao seu papel de provedor:
Gen 3:19 E ao homem declarou: Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, visto que dela foi tirado; porque você é pó e ao pó voltará".

Nesses textos fica evidente que prover é um papel primordial do homem.


AFIRMAÇÃO 3 - "Não existe submissão feminina no casamento e sim submissão mútua."
A Bíblia afirma claramente que homens e mulheres tem papéis diferentes.
Isso é chamado na teologia de complementarismo, e difere do igualitarismo.

A questão é o encargo natural: o papel primordial do marido é liderar e prover (sustentar) e o papel primordial da esposa é cuidar e auxiliar.

Isso fica claro nesse texto falando de submissão:
Ef 5:22 Mulheres, sujeitem-se a seus maridos, como ao Senhor,
Ef 5:23 pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador.
Ef 5:24 Assim como a igreja está sujeita a Cristo, também as mulheres estejam em tudo sujeitas a seus maridos.

Ao criar Eva, vemos que Deus fala que ela seria uma auxiliadora, ou seja, alguém que estaria sob liderança.
Gen 2:18 Então o Senhor Deus declarou: "Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda".

Após a queda de Adão e Eva, Deus pede satisfação à Adão, o que mostra que ele era o líder do casal.
Gen 3:9 Mas o Senhor Deus chamou o homem, perguntando: "Onde está você? "
Gen 3:17 E ao homem declarou: "Visto que você deu ouvidos à sua mulher...

Adão já era líder antes da queda. O efeito do pecado é que muitos homens passaram a liderar de forma opressora:
Gen 3:16 À mulher, ele declarou: "(...) Seu desejo será para o seu marido, e ele a dominará".

O modelo bíblico de liderança é Jesus: um líder-servo-amoroso. O marido dá a vida pela esposa.
Ef 5:25 Maridos, amem suas mulheres, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela
Ef 5:26 para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra,
Ef 5:27 e apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável.
Ef 5:28 Da mesma forma, os maridos devem amar as suas mulheres como a seus próprios corpos. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo.
Ef 5:29 Além do mais, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo, antes o alimenta e dele cuida, como também Cristo faz com a igreja,

O líder cristão não é opressor, tirano ou dominador.
Sua liderança é uma forma de servir trazendo segurança, proteção e direção.
Mc 10:42 Jesus os chamou e disse: "Vocês sabem que aqueles que são considerados governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas.
Mc 10:43 Não será assim entre vocês. Pelo contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo;
Mc 10:44 e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo de todos.
Mc 10:45 Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos".

Eis uma forma simples de entender os conceitos de liderança e submissão no casamento: a maior necessidade da esposa é sentir-se amada e do marido é sentir-se respeitado. Logo, o papel do marido é amar a esposa e o papel da esposa é respeitar o marido. Ambos devem amar e respeitar, mas existe uma necessidade primordial que é diferente para cada sexo.
Ef 5:33 Portanto, cada um de vocês também ame a sua mulher como a si mesmo, e a mulher trate o marido com todo o respeito.

Os homens estão naturalmente conectados à liderança: a questão é que tipo de líderes eles serão!! O igualitarismo não funciona justamente porque não prepara os homens a serem bons líderes. Se a energia masculina não for corretamente canalizada pode gerar grandes estragos na vida de uma esposa, dos filhos e até na sociedade.


AFIRMAÇÃO 4 - "Não existe modelo ideal de família."
Sabemos que a Bíblia registra muitos arranjos familiares, alguns casos bem problemáticos. Na Biblia há registro de poligamia, concubinato, incesto, adultério, morte prematura, pais ausentes, filhos adotivos, etc.

A Bíblia descreve os fatos como aconteceram, sem contudo, negar que há um modelo ideal de família. Veja: o fato da Bíblia citar vários assassinatos não anula o mandamento "Não matarás".

Existe um modelo primordial de família, que também pode ser chamado de família natural, tradicional, elementar, conjugal ou nuclear: pai, mãe e os filhos nascidos dessa união. 

Adão e Eva, o primeiro casal, foram esse modelo primordial (Gênesis 2).
Ali vemos que Deus criou um homem e uma mulher dando ordem para procriarem:
Gen 1:28 Deus os abençoou, e lhes disse: "Sejam férteis e multipliquem-se!"
Gen 4:1 Adão teve relações com Eva, sua mulher, e ela engravidou e deu à luz Caim.

Além do modelo original do Éden, vemos esse modelo reforçado na família de Jesus. Deus Pai providenciou uma figura paterna para Jesus ter essa referência na infância. A Sagrada Família (José, Maria, Jesus e seus irmãos) denota a necessidade que toda criança de receber amor de mãe e pai - ambos são importantes no desenvolvimento da criança.
Lucas 2:16 Então correram para lá e encontraram Maria e José, e o bebê deitado na manjedoura.

Além disso, os líderes da igreja devem ter família exemplar, que sirva de modelo:
1Tim 3:2 É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, sóbrio, prudente, respeitável, hospitaleiro e apto para ensinar;
1Tim 3:4 Ele deve governar bem sua própria família, tendo os filhos sujeitos a ele, com toda a dignidade.
1Tim 3:12 O diácono deve ser marido de uma só mulher e governar bem seus filhos e sua própria casa.

Sabemos que na prática há muitos arranjos familiares aquém do ideal: mães solteiras, pais solteiros, mães ou pais viúvos, casais de 2ª aliança, avôs criando netos devido morte ou prisão do filho, etc. Essa é a vida real marcada pelos efeitos do pecado. Sabemos que muitas mães solteiras são verdadeiras guerreiras que um dia foram abandonadas por algum homem irresponsável.

Devemos respeitar cada família, sem contudo perder de vista, que existe um modelo natural de família que é mais saudável (especialmente para as crianças).

Quando pensamos nas crianças o modelo ideal continua sendo o modelo de família conjugal onde a criança é criada por seus progenitores (sem passar por divórcio, abandono, orfanato, etc).

Devemos respeitar todos os modelos de família, pois vivemos numa sociedade imperfeita. Mas jamais podemos perder de vista que existe um modelo primordial de família que propicia mais estrutura emocional para o casal e para as crianças. 

O desejo natural de toda criança é ser criada por seus pais biológicos e é nosso papel enquanto sociedade buscar promover que cada criança tenha um bom lar para ser amada e educada. Tanto isso é verdade que crianças adotivas, mesmo sendo criadas em lares amorosos, sentem uma necessidade intensa de conhecer seus pais biológicos e comumente lutam com sentimentos de rejeição.


AFIRMAÇÃO 5 - "Defender um modelo de família é moralismo."
O argumento apresentado no vídeo é de que o modelo de família pode ser seguido por incrédulos, e portanto, não precisariam de Jesus, logo isso seria moralismo. Oras, qualquer mandamento pode ser seguido por incrédulos, mas a salvação vem somente pela fé em Jesus.

A fé e a graça são valores mais importantes que a moral - isso desmonta a tese do moralismo. Um incrédulo que resolve não assassinar está seguindo um mandamento, mas isso não lhe traz a salvação. A moral é um elemento importante na Bíblia, mas é justamente por nossas falhas, que precisamos da graça!


Obs.: Esse é o vídeo que deu origem a essa postagem-resposta.

terça-feira, 13 de junho de 2023

Casamento Cristão

Casamento Cristão: Conceito, Fato Fundante e Cerimônia

 


CONCEITO: SECULAR X CRISTÃO

Na visão secular um casamento pode ter vários formatos, inclusive relação aberta (sem fidelidade), união temporária (sem vitaliciedade), poliamor, união gay, etc.

  • Quem já não ouviu pessoas dizendo: "vamos morar junto pra ver se dá certo"?
  • Inclusive os cartórios têm realizado casamentos diferentes do arranjo tradicional.

 

Na visão cristã, casamento é um compromisso público, monogâmico, vitalício e heterossexual de vida em comum (Gn 2.24; Mt 19.3-6). O casal passa a coabitar (morar junto com intimidade sexual).

Gen 2:24 Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne.

 

Temos, portanto, duas visões distintas sobre o conceito de casamento: secular x cristã.

 

Evidente, que um casal que se converte precisa adotar a visão cristã de casamento. Em outras palavras, precisa aderir aos votos cristãos de fidelidade e vitaliciedade, além de outros direitos e deveres como afeto, companheirismo, cuidado mútuo, etc.

 

A lei brasileira, por exemplo, descreve os seguintes deveres:

 

Código Civil de 2022

Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família.

 

Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:

I - fidelidade recíproca;

II - vida em comum, no domicílio conjugal;

III - mútua assistência;

IV - sustento, guarda e educação dos filhos;

V - respeito e consideração mútuos.

 

 

FATO FUNDANTE DA UNIÃO CONJUGAL

JURIDICAMENTE o casamento afeta 3 esferas:

1 - Social: morar junto, com direitos e deveres, incluindo o pátrio poder;

2 - Civil: alterar o estado civil legalmente afeta o patrimônio (bens, dívidas, herança, renda familiar, plano de saúde, IRPF, financiamentos, participação societária, etc);

3 - Religiosa: pode ser celebrado na religião escolhida e terá efeito civil se forem observados os trâmites legais;


Na sociedade de hoje há:

1 - Pessoas casadas socialmente: foram morar junto (a lei chama de união estável).

2 - Pessoas casadas civilmente: foram ao cartório registrar a união (e isso é válido também para casais que não moram junto!)

3 - Pessoas casadas apenas na igreja e sem o registro civil: pela lei esse casamento é considerado como união estável.


Na legislação brasileira a união estável tem os mesmos direitos do casamento civil (desde que formalizada ou comprovada).


Portanto, a legislação brasileira reconhece 3 formas de iniciar uma união conjugal: ir morar junto, ato civil ou cerimônia religiosa.


BIBLICAMENTE também vemos que o casamento afeta 3 esferas:

1 - Social: morar junto (deixar pai e mãe) e ser reconhecido como casado pela comunidade (inclusive costumava ser celebrado com festa);

2 - Civil: alterar o estado civil afeta o patrimônio (no tempo bíblico não havia cartório, mas havia dote de casamento, herança, etc);

3 - Espiritual: abraçar a visão sagrada de casamento (fidelidade e vitalicidade) e invocar a bênção de Deus;


Para o cristão essas 3 esferas devem iniciar juntas! O padrão bíblico é iniciar com uma cerimônia religiosa, que impacta o âmbito social e civil.


Um casal que mora junto está casado (socialmente), mas ao se converter a Cristo precisa alterar o estado civil (ato civil) e fazer os votos sagrados (cerimônia religiosa).


O casamento iniciado sem cerimônias é válido biblicamente, mas está fora do padrão bíblico. É preciso fazer o ato religioso (votos) com efeito civil (alterar o estado civil dos noivos).


É comum na sociedade vermos situações fora do padrão bíblico. Podemos receber na igreja:

  •  Casais que moram junto (união estável sem civil e religioso);
  •  Casais só com religioso;
  •  Casais só com civil;
  •  Casais que casaram no civil mas moram em casas separadas;
  •  Casais que casaram no civil mas não tem mais vida sexual e carinho (apenas vivem debaixo do mesmo teto) > só convivem como amigos;
  •  Casais onde há agressão física (o marido deveria proteger a esposa!);
  •  Casais que casaram no civil, mas pretendem ficar junto só enquanto for legal;
  •  Etc

Todos esses casamentos acima são reconhecidos por Deus, mas precisam ser ajustados ao padrão bíblico!



REFLEXÕES SOBRE O FATO FUNDANTE

Todo cristão concorda que sexo fora do casamento é pecado. Mas há visões diferentes a respeito de qual seria o fato fundante de um casamento,

 

  • Um casal amasiado (foi morar junto) está casado diante de Deus?
  • Quem casou no budismo (cerimônia pagã) está casado diante de Deus?
  • E quem casou no cartório (cerimônia civil)?
  • Um casal que casou na igreja sem o registro civil?

 

A grande pergunta é: Quando começa um casamento válido para Deus?

 

Durante os primeiros séculos do cristianismo, a visão romana de monogamia influenciava o Império. Os cristãos combatiam os pecados sexuais que havia na sociedade, mas o direito romano (lei) já defendia o casamento monogâmico. O casamento para os romanos era um ato consensual, que costumava ser iniciado por cerimônia, embora não fosse obrigatória. É da cerimônia romana que vem o costume dos noivos usarem aliança e a noiva portar buquê de flores e usar vestido branco. Como se vê o cristianismo foi absorvendo costumes romanos. (Uso de véu consta em Gn 24.65)

 

Os católicos, a partir do século IX, transformaram o casamento em sacramento: somente a cerimônia religiosa cristã institui o casamento entre batizados. O objetivo era acabar com a poligamia e outras práticas, ainda presentes na sociedade europeia, como casamentos arranjados e consanguíneos (para isso passou-se a combater o incesto com mais vigor).

 

Mais tarde, os luteranos (século XVI), reagindo ao catolicismo, passaram a defender que basta uma cerimônia civil para haver casamento válido. A cerimônia religiosa seria opcional. O próprio Lutero se casou diante de testemunhas (cerimônia civil) e 14 dias depois casou na igreja (cerimônia religiosa). Contudo, o casamento civil (não-religioso) só seria previsto em lei a partir de 1836 na Europa e 1890 no Brasil. Durante séculos os registros civis (cartoriais) foram mantidos pela Igreja Católica.

 

Atualmente, pastores influentes como Luciano Subirá (pentecostal), Augustus Nicodemus (calvinista) e Claudio Duarte (batista) pensam da mesma forma que Lutero: o que vale é a cerimônia civil. Mas será que isso está correto?

 

E como era nos tempos bíblicos? Havia casamentos com vários começos diferentes: por simples consentimento e residência conjunta (Isaque, 1Cor 7.39), com festa (Jacó e Lia, Sansão e a filistéia, Salomão e Sulamita, Bodas de Caná), por arranjo dos pais (José e Maria; Dt 22.23-24), por desonra à moça (Dt 22.28-29), com votos verbais públicos (Rute e Boaz - Rt 4.9-14), por coerção (Jz 21.20-23), e ainda com termo escrito (o que consta em livros judaicos históricos como Tobias). A Lei de Moisés previa a consumação sexual do casamento, recomendando inclusive guardar as provas da virgindade da moça (Dt 22.13-21).

 

O único ponto comum em todos os casamentos bíblicos é a residência conjunta com intimidade sexual, ou seja, passar a morar junto com compromisso de cuidado mútuo e relação sexual já inicia um casamento. Porém, ao dizer isso não negamos que há uma revelação progressiva na Bíblia e que além do aspecto social existe também o âmbito civil e religioso.


O conceito base de Gn 2.24 é deixar os pais e unir-se, ou seja, passar a morar juntos e ter vida sexual. O casamento é consumado no ato sexual (conjunção carnal).


è EM SUMA: a partir da residência conjunta (coabitação) existe um casamento.

è IMPORTANTE: caso os noivos não tenham intenção de fidelidade e vitaliciedade ainda assim é isso que Deus espera deles!


Porém, vemos na Bíblia que já nos tempos remotos (vide Jacó e Lia) havia cerimônias e festejos de casamento. Isso porque o casamento também possui um impacto civil e espiritual. A festa de casamento de Sansão durou 7 dias (Juízes 14-10-12).

 

CERIMÔNIAS DE CASAMENTO ANTIGAMENTE

O Pentateuco não prescrevia que fosse feita alguma cerimônia ou festa de casamento, mas deixava claro que o sexo era algo reservado aos casados e consumava o início da vida conjugal. Esse era o costume dos patriarcas (vide o casamento de Isaque e Rebeca).

 

Aos poucos foram surgindo ritos cerimoniais simples (vide o casamento de Rute e Boaz) e mais tarde grandes festas (como o casamento de Salomão e a Sulamita, e as bodas nos tempos de Jesus – Mt 22; Jo 2). No casamento de Tobias vemos o elemento religioso presente na cerimônia (vide observação 3 no final).

 

Nos casamentos bíblicos não havia os tradicionais votos que fazemos atualmente: o famoso "sim" surgiu somente em 1140dC no catolicismo com o Decreto de Graciano.

 

No entanto, desde Rute as cerimônias judaicas celebravam a união conjugal com testemunhas (convidados) e todos compreendiam que os noivos estavam assumindo o compromisso de fidelidade e vitaliciedade. Esse compromisso era previsto também em muitas culturas pagãs: vide código de Hamurabi dos sumérios, as leis romanas e as leis de Manu dos hindus.

 

De acordo com a Lei Mosaica, quando alguém se casava era esperado o compromisso de fidelidade e vitaliciedade, mesmo quando havia poligamia (Dt 21.15-17). A poligamia e concubinato foram tolerados no AT, mas Jesus deixou claro o padrão divino (Mt 19.3-6).

 

A cerimônia de casamento era prática comum nos tempos de Jesus, tanto na tradiçao judaica quanto na tradição romana. Era atípico alguém casar sem cerimônia. 


O Novo Testamento não contém mandamento sobre cerimônias porque essa era a prática judaica há séculos. Mas a importância da cerimônia de casamento pode ser vista nas bodas do Cordeiro - até Jesus vai se casar celebrando diante de testemunhas (Ap 19.7-9)


Por essas razões os cristãos costumam iniciar o casamento com uma cerimônia. A revelação bíblica é progressiva e se torna praxe haver cerimônia.



CERIMÔNIAS DE CASAMENTO ATUALMENTE

O casamento na Bíblia é uma aliança (Ml 2.13-16; Pv 2.16-17).


O conceito de casamento estabelecido na Criação (Gênesis 2.24) e reafirmado por Cristo (Mt 19.3-6) é heterossexual, monogâmico e vitalício (Mc 10.9; Rom 7.2). Muitas pessoas hoje se casam no civil e até no religioso SEM intenção de fidelidade e vitaliciedade. Mas Deus espera dos noivos, quer sejam crentes ou pagãos, que sejam fiéis até que a morte os separe.


Ao passar a morar junto (com ou sem registro civil) já se estabelece a aliança de casamento.


è Para o pagão faz sentido apenas morar junto, embora o casamento civil seja mais recomendado que a união estável.


è Para o cristão há uma revelação mais profunda sobre firmar uma aliança: a forma correta de iniciar uma aliança é através de juramento (Hb 6.13-17) diante de testemunhas (Rt 4.9-10) e líderes que invoquem a bênção de Deus (Rt 4.11-13).


A cerimônia religiosa serve para gravar no coração dos noivos que estão numa aliança entre eles e Deus. Casais que se "juntam" carecem da convicção de que fizeram uma aliança. E há estatísticas que mostram que casais que fazem cerimônia de casamento tem menos chance de separar do que casais amasiados.


Além disso, o cristão compreende que não pode mentir, e portanto, precisa alterar seu estado civil para "casado".


Por isso, o casamento cristão é iniciado através da cerimônia religiosa com efeito civil.


 

CERIMÔNIA RELIGIOSA COM EFEITO CIVIL

O cristão precisa casar nas três esferas: social, civil e religiosa. O ideal é fazê-las juntas na cerimônia religiosa.


No mesmo dia:

1 - CIVIL - Cristãos casam no civil porque essa é a única maneira de alterar o ESTADO CIVIL para casado. Na união estável continua-se com status de solteiro! Não é correto mentir, ainda mais sobre algo tão importante: se está casado (vivendo junto) precisa registrar isso pois tem impactos na esfera civil.


Além disso, o casamento civil resguarda a pessoa de surpresas, como casos em que se omite o fato de já ter outra família.


2 - RELIGIOSO - Cristãos casam no religioso para fazer o juramento diante de testemunhas e líderes que invocam a bênção de Deus. Isso gera uma convicção protetora no coração, pois na hora da dificuldade o casal lembrará do seu juramento.

  • O casamento civil não invoca Deus e não abrange toda a visão cristã de casamento. No catório é perguntado apenas se a pessoa aceita o outro como cônjuge!
  • O casamento religioso invoca a Deus e envolve o juramento (voto) que traz a compreensão bíblica de casamento.

 

Nesses tempos de valores fluídos o casamento religioso ganha ainda mais importância para gerar consciência nos noivos, mas precisa ser firmado por cristãos praticantes e com orientação prévia. Fazer a cerimônia sem entendimento não trará os benefícios esperados. A cerimônia cristã não tem valor para incrédulos.

 

Vale ainda esclarecer que a cerimônia religiosa não precisa de pompa ou de festa glamurosa. Pode ser feita de várias formas, inclusive na casa dos noivos com poucos convidados.


3 - SOCIAL - A partir da cerimônia cristãos vão morar junto e ter vida sexual. Isso deveria ser óbvio, mas hoje em dia há casais morando em casas separadas e até pessoas que casam apenas para conseguir visto (green card).


O Estado e a Igreja ajudam a reconhecer, formalizar e reforçar o compromisso (aliança) entre o homem e a mulher. 



A BÊNÇÃO NA CERIMÔNIA RELIGIOSA

Na casamento religioso pedimos a bênção de Deus para a vida conjugal. Mas precisamos entender que não se trata de um sacramento. Não é uma bênção definitiva que substitui o caminhar com Cristo.


A bênção matrimonial é apenas um ponto de partida na jornada conjugal. O que traz a bênção no cotidiano é andar com Jesus. 


Há pessoas que imaginam que o casamento será abençoado apenas porque fizeram a cerimônia na igreja, mas é uma ideia equivocada! Se a pessoa não caminhar com Jesus ao longo dos anos deixará de provar o favor de Deus.


O elemento mais importante na cerimônia religiosa é o juramento (voto) que os noivos fazem, pois isso estabelece uma convicção no coração.


Vou traçar um paralelo:

- Para os evangélicos (pentecostais) o Batismo é uma ordenança de testemunho público da fé, ou seja, serve para alinhar o coração. O Batismo não libera nenhuma graça especial, mas gera convicação no coração do nosso compromisso com Cristo.

- Da mesma forma o casamento religioso não libera nenhuma graça especial, mas gera convicção no coração sobre a aliança entre o casal e Deus.



CASAIS PAGÃOS QUE SE CONVERTEM

Um casal pagão que se converte a Cristo precisa abraçar o modelo bíblico de casamento já no ato da conversão. Isso porque ao recebermos Jesus estamos reconhecendo que a vontade dEle é o melhor para nossas vidas. É necessário que façam a cerimônia religiosa com efeito civil pelos benefícios elencados acima. Afinal, se eles aceitam a visão cristã de casamento não há nada que os impeça de formalizar a união.



OBSERVAÇÕES ADICIONAIS

Obs.1: Casais que fazem cerimônia civil ou religiosa, mas não consumam o ato sexual, não são de fato casados biblicamente. Hoje em dia há casos de pessoas que casam no civil apenas para deixar herança ou adquirir nacionalidade, sem de fato terem vida conjugal. Nesses casos o casamento é nulo ou e passível de anulação jurídica. Há decisões dos tribunais no sentido de que a não consumação sexual do casamento permite sua anulação: "O fato de que o cônjuge desconhecia completamente que, após o casamento, não obteria do outro cônjuge anuência para realização de conjunção carnal demonstra a ocorrência de erro essencial".

 

Obs.2: O livro de Tobias não faz parte do cânon, mas é um livro histórico dos judeus.

Tobias 7 è Nesse capítulo Ragüel, pai de Sara, dá sua filha a Tobias como esposa.

"15.E, tomando a mão direita de sua filha, a pôs na de Tobias, dizendo: "Que o Deus de Abraão, o Deus de lsaac, o Deus de Jacó esteja convosco; que ele vos una e derrame sobre vós a sua bênção". 16.Tomou em seguida o papel e redigiram o ato do matrimônio. 17.E celebraram alegremente uma festa, agradecendo a Deus."


Obs.3: Curiosidades:

- No tempo do Brasil Colônia não havia padres suficientes e as pessoas casavam por simples consentimento (sem cerimônia civil ou religiosa).

- No tempo do Brasil Império a lei dizia que apenas a Igreja Católica podia realizar casamentos - e por isso os protestantes se casavam entre si apenas formalizando um termo por escrito (sem aval do Estado).


Obs.4: A Samaritana e seus 5 maridos: Jesus afirma que a mulher teve 5 maridos, mas o relacionamento atual não era casamento. Alguns pregadores usam o texto de Jo 4.16-18 para afirmar que Jesus considerava a cerimônia de casamento imprescindível para estebelecer um casamento. Acho delicado usar esse versículo. Todos os 5 maridos teriam feito cerimônia de casamento? Difícil imaginar isso. É mais provável que ela tenha recebido carta de divórcio e apresentado ao homem que a aceitou como esposa. Inclusive é provável que o 6o homem (atual) não fosse marido porque ela não teria recebido carta de divórcio do 5o marido - isso seria pecaminoso pela lei mosaica! Mas precisaríamos de mais informações para tirar conclusões a partir desse texto.
Há quem compreenda que Jesus queria dizer que ela teve 5 homens... Veja o texto:
Jo 4:16 Ele lhe disse: "Vá, chame o seu marido e volte".
Jo 4:17 "Não tenho marido", respondeu ela. Disse-lhe Jesus: "Você falou corretamente, dizendo que não tem marido.
Jo 4:18 O fato é que você já teve cinco; e o homem com quem agora vive não é seu marido. O que você acabou de dizer é verdade".

Obs.5: Uma breve explanação: