quinta-feira, 16 de abril de 2009

Pentecostais e Santidade

Pentecostais e Santidade

SANTIDADE
É muito comum ouvirmos críticas afirmando que os pentecostais se importam mais com os dons do que com a santidade. Ao dizer isso na verdade querem afirmar que pentecostais não se importam com a santificação.

Essa falácia vem dos tradicionais (e é engolida por alguns pentecostais inclusive). Creio que para os cessacionistas isso seja uma forma de tentar justificar a ausência dos dons espirituais entre eles.

Oras, se os cessacionistas (tradicionais) tanto criticam a santidade dos pentecostais era de se esperar que a gente visse uma santidade maior entre eles. Mas não é o que vemos.

Ou seja, eles não vivenciam os dons e NÃO são mais santificados que os pentecostais. Inclusive vale dizer que as pessoas mais consagradas e santificadas que conheço são pentecostais (e carismáticos).

Por outro lado, é verdade que tem faltado santidade no meio do povo evangélico, mas isso não é exclusividade dos pentecostais. É um problema generalizado.

Certamente que há igrejas pentecostais e cessacionistas onde o pastor prega sobre arrependimento, santidade, renúncia, vida no altar, fruto do Espírito, transformação de vida, abandono do pecado, etc.

Sou pentecostal e prego essas verdades regularmente.
[E conheço muitos pastores pentecostais que pregam isso.]

Sou pentecostal e vivencio os dons do Espírito Santo.

Um coisa não anula a outra.
Pelo contrário, elas se complementam.


MATURIDADE ESPIRITUAL
Bem é sabido que a maturidade do cristão é medida pelo Fruto do Espírito, mas isso não torna os dons menos importantes.

Já vi cristãos cheios do Espírito que eram imaturos espiritualmente porque tinham acabado de se converter.
Já vi cristãos maduros espiritualmente que não eram (não estavam) cheios do Espírito. Precisavam se encher do Espírito Santo.

São duas realidades co-existentes.

O erro dos pentecostais está na tendência de medir a espiritualidade pelos dons.
O erro dos cessacionistas está em confundir maturidade espiritual com plenitude do Espírito.

A Bíblia mostra claramente que o Batismo no Espírito sempre era acompanhado de algum sinal sobrenatural. Nunca era imperceptível. E a Bíblia também mostra exemplos de pessoas recém-convertidas (imaturas) que foram batizadas no Espírito Santo. Fica evidente que maturidade espiritual e batismo no Espírito Santo são coisas distintas.

O Batismo no Espírito Santo acontece com pessoas que se entregam a Deus (buscam o enchimento) com um coração quebrantado, e é recebido pela graça mediante a fé. Ninguém recebe o Batismo no Espírito Santo por mérito ou justiça própria. É por isso que vemos casos de irmãs "linguarudas" ou irmãos  "grosseiros" que recebem o revestimento de poder, pois é algo dado por graça e não por mérito.

Por outro lado, um cristão pode ser piedoso e santo e ainda não ter recebido o batismo no Espírito Santo (revestimento de poder), seja porque não tem buscado o enchimento ou porque ainda não conseguiu se quebrantar profundamente diante de Deus em oração.

CONCLUSÃO
Nós pentecostais não devemos negligenciar os dons caindo na falácia de que só importa a santidade (embora a santidade realmente seja mais importante). Por outro lado, todos nós evangélicos, precisamos vivenciar uma vida de santidade e é notório que isso tem faltado na maioria das igrejas (pentecostais e tradicionais).

2 comentários:

Sapão - André Luís Oliveira disse...

As duas linhas têm problemas com seus exageros: os cessacionistas valorizando demais a santidade podem, sem querer, tornar-se fariseus e os pentecostais valorizando demais os dons do Espírito podem gerar soberba justamente pela existência dos dons.

Confesso que prefiro a busca à santidade do que a busca aos dons, pois a primeira remete mais aos frutos do Espirito e a segunda é conseqüência, embora igrejas que não buscam o Espírito Santo tendem a ser frias e mais expostas aos dardos inflamados do inimigo

Cleber disse...

Sapão,
creio que as duas coisas devam ser buscadas.