quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Calvinistas sempre criticando...


Calvinistas sempre criticando...


Como sabem, sou meio escamado com calvinistas por sempre criticarem tudo e todos.
(São raras as exceções como o John Pipper)


Olhem o texto abaixo do Augustus Nicodemus.


Ele critica os neopentecostais por pregar prosperidade, cura, libertação e solução imediata para os problemas pessoais. Qual o mal disso? Jesus não agia da mesma forma? Ele chegava e curava ou ressuscitava na hora... Não sou neopentecostal, mas nesse ponto não vejo nada de errado.


Ele critica o movimento gospel porque não pregou arrependimento no Festival Promessas. Oras, na maior parte das vezes que Jesus pregou Ele não mencionou o arrependimento tbm. Jesus primeiro atraía as multidões e depois de atraí-las passava a discipular aprofundando doutrinariamente (vide João 6).


Ele critica os parlamentares evangélicos não pela falta de ética de alguns, mas por não serem reformados! Fiquei pasmo!


Por fim ele celebra o avanço do calvinismo, e afirma de forma clara que espera que os pentecostais abracem a teologia reformada integralmente, o que significa deixar de crer na atuação dos dons espirituais nos dias de hoje. (Nos comentários do post ele deixa claro que não crê que os dons estejam em operação hoje. Ele comenta ainda que o John Pipper crê que os dons podem se manifestar, mas não crê que estejam sendo manifestos atualmente).


É por essas e outras que quando leio calvinistas fico de olhos bem abertos. É muita tradição, muita filosofia, muito academicismo, muita erudição, mas pouca Bíblia, pouca fé miraculosa e pouco agir de Deus. Claro que tem exceções, mas infelizmente são apenas exceções.


Valorizo muito o estudo bíblico, o conhecimento teológico, amo estudar história e aprecio muito a tradição cristã. Mas tanto a erudição quanto a tradição devem ficar debaixo da autoridade bíblica. Como diziam os reformadores: Sola Scriptura.


Tenho amigos calvinistas piedosos e tementes a Deus, mas em geral percebo que são fechados ao agir de Deus e deixam de provar muitas coisas maravilhosas como Batismo no Espírito, Dons Espirituais, Curas Miraculosas, Cura Interior, Libertação (Autoridade sobre Demônios), etc. É uma pena.


Isso me fez lembrar de um texto do Hernandes Dias Lopes que comentei certa aqui: http://confraria-pentecostal.blogspot.com/2010/01/pentecostais-precisam-de-reforma.html


Em tempo: amo e respeito meus irmãos calvinistas. Mas não gosto do tom crítico que costumam adotar.

Pr Cleber.



http://tempora-mores.blogspot.com/2011/12/como-vai-ser-2012.html


Como Vai Ser 2012?


Augustus Nicodemus Lopes





Quando olho o atual cenário da igreja evangélica brasileira – estou usando o termo “evangélica” de maneira ampla – confesso que me sinto incapaz de prever o que vem pela frente. Há muitas e diferentes forças em operação em nosso meio hoje, boa parte delas conflitantes e opostas. Olho para frente e não consigo perceber um padrão, uma indicação que seja, do futuro da igreja.



Há, em primeiro lugar, o crescimento das seitas neopentecostais. Embora estatísticas recentes tenham apontado para uma queda na membresia de seitas como a Universal do Reino do Deus, outras estão surgindo no lugar, como na lenda grega da Hidra de Lerna, monstro de sete cabeças que se regeneravam quando cortadas. A enorme quantidade de adeptos destes movimentos que pregam prosperidade, cura, libertação e solução imediata para os problemas pessoais acaba moldando a imagem pública dos evangélicos e a percepção que o restante do Brasil tem de nós. Na África do Sul conheci uma seita que mistura pontos da fé cristã com pontos das religiões africanas, um sincretismo que acaba por tornar irreconhecível qualquer traço de cristianismo restante. Temo que a continuar o crescimento das seitas neopentecostais e seus desvios cada vez maiores do cristianismo histórico, poderemos ter uma nova religião sincrética no Brasil, uma seita que mistura traços de cristianismo com elementos de religiões afro-brasileiras, teologia da prosperidade e batalha espiritual em pouquíssimo tempo.



Depois há o movimento “gospel”, que recentemente mostrou sua popularidade ao ter o festival “Promessas” veiculado pela emissora de maior audiência do país. Não me preocupa tanto o fato de que a Rede Globo exibiu o show, mas a mensagem que foi passada ali. A teologia gospel confunde “adoração” com pregação, exalta o louvor como o principal elemento do culto público, anuncia um evangelho que não chama pecadores e crentes ao arrependimento e mudança de vida, que promete vitórias mediante o louvor e a declaração de frases de efeito e que ignora boa parte do que a Bíblia ensina sobre humildade, modéstia, sobriedade e separação do mundo. Para muitos jovens, os shows gospel viraram a única forma de culto que conhecem, com pouca Bíblia e quase nenhum discipulado. O impacto negativo da superficialidade deste movimento se fará sentir nesta próxima geração, especialmente na incapacidade de impedir a entrada de falsos ensinamentos e doutrinas erradas.



Em Brasília, temos os deputados e senadores evangélicos que, gostemos ou não, têm conseguido retardar e mesmo impedir as tentativas de grupos ativistas LGTB de impor leis como o famigerado PL 122. O lado preocupante é que eles “representam” os evangélicos nestes assuntos e acabam, por associação, nos representando de maneira generalizada diante do grande público e da grande mídia. Por um lado, lamento que foram líderes de seitas neopentecostais e pastores de teologia e práticas duvidosas, em sua maioria, que conseguiram alcançar uma posição de destaque a ponto de serem ouvidos em Brasília. Esta é uma posição que deveria ter sido ocupada pelos reformados, como aconteceu em outros países. Mas, falhamos. E a bem da justiça, não posso deixar de reconhecer que Deus usa quem Ele quer para refrear, ainda que por algum tempo, a rápida deterioração da nossa sociedade. O que isto representará no futuro, é incerto.



Notemos ainda o rápido crescimento do calvinismo, não nas igrejas históricas, mas fora delas, no meio pentecostal. Não são poucos os pentecostais que têm descoberto a teologia reformada – particularmente as doutrinas da graça, os cinco slogans (“solas”) e os chamados cinco pontos do calvinismo. Boa parte destes tem tentado preservar algumas idéias e práticas características do pentecostalismo, como a contemporaneidade dos dons de línguas, profecia e milagres e um culto mais informal, além de uma escatologia dispensacionalista. Outros têm entendido – corretamente – que a teologia reformada inevitavelmente cobra pedágio também nestas áreas e já passaram para a reforma completa. Mas o tipo de movimento, igrejas ou denominações resultantes desta surpreendente integração ainda não é previsível. O que existe de mais próximo é o movimento neocalvinista, mas este é por demais vinculado à cultura americana para ser reproduzido com sucesso aqui, sem adaptações. Estou curioso para ver o que vai dar este cruzamento de soteriologia calvinista com pneumatologia pentecostal.



O impacto das mídias sociais também não pode ser ignorado. E há também o número crescente de desigrejados, que aumenta na mesma proporção da apropriação das mídias sociais pelos evangélicos. Com a possibilidade de se ouvir sermões, fazer estudos e cursos de teologia online, além de bate-papo e discipulado pela internet, aumenta o número de pessoas que se dizem evangélicas mas que não se congregam em uma igreja local. São cristãos virtuais que “freqüentam” igrejas virtuais e têm comunhão virtual com pessoas que nunca realmente chegam a conhecer. Admito o benefício da tecnologia em favor do Reino. Eu mesmo sou professor há quinze anos de um curso de teologia online e sei a benção que pode ser. Mas, não há substituto para a igreja local, para a comunhão real com os santos, para a celebração da Ceia e do batismo, para a oração conjunta, para a leitura em uníssono das Escrituras e para a recitação em conjunto da oração do Pai Nosso, dos Dez Mandamentos. Isto não dá para fazer pela internet. Uma igreja virtual composta de desigrejados não será forte o suficiente em tempos de perseguição.



Eu poderia ainda mencionar a influência do liberalismo teológico, que tem aberto picadas nas igrejas históricas e pentecostais e a falta de maior rapidez e eficiência das igrejas históricas em retomar o crescimento numérico, aproveitando o momento extremamente oportuno no país. Afinal, o cristianismo tem experimentado um crescimento fenomenal no chamado Sul Global, do qual o Brasil faz parte.



Algumas coisas me ocorrem diante deste quadro, quando tento organizar minha cabeça e entender o que se passa.



1 – Historicamente, as igrejas cristãs em todos os lugares aqui neste mundo atravessaram períodos de grande confusão, aridez e decadência espiritual. Depois, ergueram-se e experimentaram períodos de grande efervescência e eficácia espiritual, chegando a mudar países. Pode ser que estejamos a caminho do fundo do poço, mas não perderemos a esperança. A promessa de Jesus quanto à Sua Igreja (Mateus 16:18) e a história dos avivamentos espirituais nos dão confiança.



2 – Apesar de toda a mistura de erro e verdade que testemunhamos na sincretização cada vez maior das igrejas, é inegável que Deus tem agido salvadoramente e não são poucos os que têm sido chamados das trevas para a luz, regenerados e justificados mediante a fé em Cristo Jesus, apesar das ênfases erradas, das distorções doutrinárias e da negligência das grandes doutrinas da graça. Ainda assim, parece que o Espírito Santo se compraz em usar o mínimo de verdade que encontra, mesmo em igrejas com pouca luz, na salvação dos eleitos. Não digo isto para justificar o erro. É apenas uma constatação da misericórdia de Deus e da nossa corrupção. Se a salvação fosse pela precisão doutrinária em todos os pontos da teologia cristã, nenhum de nós seria salvo.



3 – Deus sempre surpreende o Seu povo. É totalmente impossível antecipar as guinadas na história da Igreja. Muito menos, fazer com que aconteçam. Há fatores em operação que estão muito acima dos poderes humanos. Resta-nos ser fiéis à Palavra de Deus, pregar o Evangelho completo – expositivamente, de preferência – viver uma vida reta e santa, usar de todos os recursos lícitos para propagar o Reino e plantar igrejas bíblicas e orar para que nosso Deus em 2012 seja misericordioso com os seus eleitos, com a Sua igreja, com aqueles que Ele predestinou antes da fundação do mundo e soberanamente chamou pela Sua graça, pela pregação do Evangelho.

2 comentários:

Unknown disse...

Caro Pr. Cleber que a graça do Senhor Jesus esteja presente em sua vida.

Sou Calvinista e também avivado. Não gosto de usar o termo pentecostal, pois acredito que o pentecostalismo trouxe em sua bagagem varias heresias. Como Por exemplo o Dispensacionalismo de John Darby que foi obtido por uma experiencia de Margaret Mcdonald. Acredito na manifestação do Espirito santo e na contemporaneidade dos dons espirituais. Porem achei querido que sua afirmação em relação aos calvinistas esta um pouco equivocada e acredito que vc deveria avaliar mais as questões calvinistas se realmente os calvinistas fazem suas criticas é porque alguns pentecostais se calam diante de algumas questões de suma importância, é interessante vermos que a maior massa que contribui para as missões são reformadas e alguns congressos pentecostais deixam a deseja em seu tema missionário.
O que me deixa impressionado no meio pentecostal falo isso porque convivo com isso, são as raras defesas pela suficiência da escritura a grande valorização da experiencia me preocupa e isso nos temos que criticar ferrenhamente pois a bíblia é regra de fé e pratica. O grande exagero nos cultos com relação a línguas estranhas r profecia me preocupa também, pois estes dias fui questionado por um visitante da igreja que gostaria de saber qual era o proposito de tanta gente profetizando ao mesmo tempo. Quando vemos 1CO.14 Vemos que existe uma ordem para se profetizar.
Talvez o irmão se sinta incomodado com as criticas calvinistas, porem o único pentecostal que ainda defende alguma coisa é o Silas e olha que o conceito dele tem caído bastante por causa da Teologia da Prosperidade. Então convido o irmão a acredita que nossas criticas destrutivas mais sim construtivas pois o nosso desejo como creio que é o seu também e de vermos o espetáculo gospel para e a verdadeira adoração acontecer, queremos ver os nossos irmãos amando a escritura e não a profecia no monte, queremos ver crentes bíblicos e não verdadeiros analfabetos bíblicos. Por que a santidade vem através da escritura (Jo.17.17) diz isso. E quando a questão arminiana nos não podemos acreditar em contos de fabulas acreditamos naquilo que a bíblia nos mostra não vemos nenhum relato sobre livre arbítrio na bíblia, o uso da palavra TODOS na bíblia deve ser averiguado corretamente, tente refutar a tese de John Owen O livro por quem Cristo morreu editora Pes.
Não concordamos com o arminianismo por que não é bíblico simples assim, Dizer que a predestinação não existe é muita falta de leitura bíblica, a questão é que existe na bíblica dois grupos de versículos que parecem se contradizer mais isso é falta de uma boa hermenêutica que infelizmente os arminianos não prezam pelo aquilo que é bom. Mais independente de nossas posições teológicas o amor de Cristo deve nos unir para que através da bíblia possamos defender a igreja das heresias do nosso seculo.
Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.
Judas 1:3

Meu nome é Luis Eduardo me blog tem por titulo Palavra Reformada e sou participante da igreja assembleia de Deus. Se deseja me conhecer melhor entre no meu blog.
reformaegraça.blogspot.com.br

Que a graça do nosso senhor Jesus seja abundante sobre sua vida.

Cleber disse...

Amado, obrigado pela participação e cordialidade.

Aqui no meu blog apresento argumentos sobre o culto pentecostal (1Co14) e sobre o arminianismo (arbítrio liberto, etc...).

Te convido a ler os artigos pois lá mostro que não creio em conto de fadas. ;-)